O verbo "haver" apresenta uma dificuldade aos usuários da Língua quanto à sua concordância: Enquanto a maioria dos verbos concorda com o sujeito da oração, ele e pouquíssimos outros, em alguns casos, não têm sujeito com o qual possam concordar e, por isso, têm de ser conjugados na terceira pessoa do singular. Nesses casos serão denominados de verbos impessoais e participarão de oração sem sujeito.
O verbo "haver" será impessoal quando significar "existir" ou "acontecer" ou quando indicar tempo decorrido. Nesses casos, então, o adequado é conjugá-lo sempre no singular. "Existir" e "acontecer" não são impessoais, portanto concordam com o sujeito em número e pessoa. Observe estes exemplos:
- Sempre existiram pessoas impolutas.
O núcleo do sujeito de "existir" é "pessoas", substantivo plural. O verbo, portanto, ficará na terceira pessoa do plural. Se, porém, no lugar de "existir", se usar "haver", ele não concordará com o substantivo "pessoas", que não é seu sujeito, e sim seu complemento. "Haver" ficará no singular:
- Sempre houve pessoas impolutas.
Veja estes outros exemplos:
- Torçamos para que não aconteçam outros atentados terroristas.
O substantivo "atentados" é o sujeito de "acontecer", por isso este fica no plural.
- Torçamos para que não haja outros atentados terroristas.
"Haver" significa "acontecer", por isso é impessoal e fica no singular.
- Há dez anos que não o vejo.
Nessa frase, há a indicação de tempo decorrido.
Outro verbo que será impessoal ao indicar tempo decorrido é "fazer". Também ficará no singular:
- Faz dez anos que não o vejo.
Quando se usar "haver" na indicação de tempo decorrido, não se poderá usar o advérbio "atrás". Ou se usa um ou o outro:
- Há dez dias o encontrei.
- Dez dias atrás o encontrei.
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