Mostrando postagens com marcador pronomes relativos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pronomes relativos. Mostrar todas as postagens

domingo, 22 de junho de 2008

Rapidinha 13 – pronomes relativos

Os pronomes relativos (que, quem, qual...) estabelecem uma relação sintática entre o substantivo anterior a eles (ou pronome substantivo) e o verbo posterior a eles. É, portanto, obrigatória a presença de um substantivo (ou de pronome substantivo) imediatamente antes do pronome relativo, podendo haver entre eles (entre o substantivo e o pronome) somente uma preposição ou uma locução prepositiva, que proviria do verbo posterior.

Há, então, pronome relativo na frase O homem que lhe telefonou é pai de Epaminondas, porque antes do que há um substantivo (homem) e depois dele, um verbo (telefonou). Há relação sintática entre os dois: o homem telefonou. O que é, portanto, pronome relativo.

Subst.

prep. ou não

que quem qual

Verbo 

 
 

Pron relativo 

 

Exemplos:

  • A casa que comprei é linda.
  • O filme a que assisti ganhou o Oscar.
  • O aluno de quem lhe falei foi expulso.
  • A pessoa pela qual vivo é Teté

Observe que há uma relação sintática entre o substantivo anterior e o verbo posterior ao pronome relativo:

Comprei a casa; Assisti ao filme; Falei-lhe do aluno; Vivo pela pessoa.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O pronome relativo cujo.

O pronome relativo cujo indica posse (algo de alguém).

Na montagem do período, deve-se colocá-lo entre o possuidor e o possuído (alguém cujo algo)

Nas orações Antipatizei com o rapaz. Você conhece a namorada do rapaz, o substantivo repetido rapaz possui namorada. Deveremos, então, usar o pronome relativo cujo, que será colocado entre o possuidor e o possuído: Algo de alguém = Alguém cujo algo. Então, a namorada do rapaz = o rapaz cujo a namorada. Não se pode, porém, usar artigo definido (o, a, os, as) depois de cujo. Ele deverá contrair-se com o pronome, ficando assim:

cujo + o = cujo;

cujo + a = cuja;

cujo + os = cujos;

cujo + as = cujas
.

Então a frase ficará o rapaz cuja namorada. Somando as duas orações:

Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece.

Outros exemplos:

01)A árvore foi derrubada. Os frutos da árvore são venenosos.

  • Substantivo repetido = árvore - o substantivo repetido possui algo.

  • Algo de alguém = Alguém cujo algo: os frutos da árvore = a árvore cujos frutos. Somando as duas orações:

  • A árvore cujos frutos são venenosos foi derrubada.

    02) O artista morreu ontem. Eu falara da obra do artista.

  • Substantivo repetido = artista - o substantivo repetido possui algo.

  • Algo de alguém = Alguém cujo algo: a obra do artista = o artista cuja obra. Somando as duas orações:

    O artista cuja obra eu falara morreu ontem.

    Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a segunda oração é Eu falara da obra do artista, porém, na junção, a prep. de desapareceu. Portanto o período está inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo da oração subordinada adjetiva exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então, tem-se:

    O artista de cuja obra eu falara morreu ontem.

    03) As pessoas estão presas. Eu acreditei nas palavras das pessoas.

  • Substantivo repetido = pessoas - o substantivo repetido possui algo.

  • Algo de alguém = Alguém cujo algo: as palavras das pessoas = as pessoas cujas palavras. Somando as duas orações:

    As pessoas cujas palavras acreditei estão presas.

    O verbo acreditar está usado com a prep. em, portanto ela será colocada antes do pronome relativo.

    As pessoas em cujas palavras acreditei estão presas.

    Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos apresentados contêm oração subordinada adjetiva.
  • segunda-feira, 8 de outubro de 2007

    Os três mosqueteiros com quem é preciso falar para ser ouvido no governo de Lula.

    Essa frase esteve na capa de uma das mais vendidas revistas semanais de informação do Brasil, veiculada há alguns anos. A inadequação gramatical da frase já foi objeto de estudo em uma de nossas colunas. Nunca é demais, porém, tratar desse assunto, tão complicado aos estudantes brasileiros. Trata-se do uso de pronomes relativos. Vamos a eles:

    Pronomes relativos (que, quem, qual, onde, quanto e cujo) são elementos que retomam o vocábulo, a fim de evitar repetição. São usados em período composto, ou seja, em períodos com mais de um verbo.

    Para montar uma frase com pronome relativo, deve-se construir a primeira oração até o elemento em repetição, colocar o pronome relativo para substituir a palavra que seria repetida e, enfim, terminar a primeira oração. Por exemplo:

    Oração 1: Os documentos foram pedidos pelo diretor.
    Oração 2: Os documentos desapareceram.


    Passo 1: Constrói-se a primeira oração até o elemento em repetição: Os documentos...;

    Passo 2: Coloca-se o pronome relativo imediatamente após esse elemento para substituir a palavra que seria repetida, juntamente com todos os termos que formam a oração: Os documentos que desapareceram...

    Passo 3: Termina-se a primeira oração: Os documentos que desapareceram foram pedidos pelo diretor.

    Mais exemplos:

    Oração 1: Encontrei os livros na Livraria Boa Leitura.

    Oração 2: Os livros serão lidos pelos alunos a partir de hoje à tarde.

    Passo 1: Constrói-se a primeira oração até o elemento em repetição: Encontrei os livros...;

    Passo 2: Coloca-se o pronome relativo imediatamente após esse elemento para substituir a palavra que seria repetida, juntamente com todos os termos que formam a oração: Encontrei os livros que serão lidos pelos alunos a partir de hoje à tarde...

    Passo 3: Termina-se a primeira oração: Encontrei os livros que serão lidos pelos alunos a partir de hoje à tarde na Livraria Boa Leitura.

    O aluno atento deve ter percebido a ambigüidade presente na frase formada. Tem-se a impressão de que os livros serão lidos na Livraria Boa Leitura, não é mesmo. Para evitar isso, pode-se colocar o termo na Livraria Boa Leitura depois do verbo encontrar: Encontrei, na Livraria Boa Leitura, os livros que serão lidos pelos alunos a partir de hoje à tarde.

    Agora vejamos a frase da revista:

    Oração 1: Eis os três mosqueteiros.

    Oração 2 e 3: É preciso falar com os três mosqueteiros para ser ouvido no governo Lula.

    Passo 1: Constrói-se a primeira oração até o elemento em repetição: Eis os três mosqueteiros...;

    Passo 2: Coloca-se o pronome relativo imediatamente após esse elemento para substituir a palavra que seria repetida, juntamente com todos os termos que formam a oração: Eis os três mosqueteiros que é preciso falar para ser ouvido no governo Lula...

    Perceba que a preposição com da frase original (falar com eles) desapareceu. Isso, porém, não poderia ocorrer. A preposição que desaparecer ao estruturar a frase com pronome relativo deve ser colocada imediatamente antes do pronome: Eis os três mosqueteiros com que é preciso falar para ser ouvido no governo Lula. Como se trata de pessoas, pode-se usar, no lugar de que, o pronome relativo quem: Eis os três mosqueteiros com quem é preciso falar para ser ouvido no governo Lula.


    Passo 3: Terminar a primeira oração: Já está completa. A revista porém não apresentou a parte Eis os.... Retiremo-la, então: Os três mosqueteiros com quem é preciso falar para ser ouvido no governo Lula.

    O período agora está montado. Depois disso, é necessário interpretar a frase para saber se há necessidade de usar vírgula. Se a oração iniciada pelo pronome relativo for restritiva não se devem usar vírgulas. Caso contrário, ou seja, se a oração não for restritiva, e sim explicativa, deve estar entre vírgulas. Veja este exemplo:

    1) Os trabalhadores que estão em greve terão o salário reduzido.

    2) Os trabalhadores, que estão em greve, terão o salário reduzido.

    A diferença entre 1 e 2 é a seguinte:

    Em 1, a oração iniciada pelo pronome relativo (que estão em greve) não está entre vírgulas, sendo, portanto, restritiva, ou seja, indica que há, no mínimo, dois tipos de trabalhadores: os que estão em greve e os que não estão, sendo que apenas os que estão em greve terão o salário reduzido.

    Em 2, a oração iniciada pelo pronome relativo (que estão em greve) está entre vírgulas, sendo, portanto, explicativa, ou seja, indica que há apenas um tipo de trabalhador, que todos eles estão em greve e que todos eles terão o salário reduzido.

    Mais um exemplo:

    1) Os partidos que apóiam o Presidente participarão da reunião.

    2) Os partidos, que apóiam o Presidente, participarão da reunião.

    A diferença entre 1 e 2 é a seguinte:

    Em 1, a oração iniciada pelo pronome relativo (que apóiam o Presidente) não está entre vírgulas, sendo, portanto, restritiva, ou seja, indica que há, no mínimo, dois tipos de partidos: os que apóiam o Presidente e os que não o apóiam, sendo que apenas os que o apóiam participarão da reunião.

    Em 2, a oração iniciada pelo pronome relativo (que apóiam o Presidente) está entre vírgulas, sendo, portanto, explicativa, ou seja, indica que há apenas um tipo de partido, que todos eles apóiam o Presidente e que todos eles participarão da reunião.

    A frase da revista tem a oração iniciada pelo pronome relativo sem vírgulas, indicando, então, que há, no mínimo, dois tipos de mosqueteiros: aqueles com quem é preciso falar e aqueles com quem não é preciso falar. Interpretando, porém, a frase, percebemos que há apenas um tipo de mosqueteiro: os únicos três mosqueteiros de Lula com quem é preciso falar, ou seja, não adianta falar com outras pessoas. A oração, portanto, deveria estar separada por vírgula, ficando assim estruturada:

    Os três mosqueteiros, com quem é preciso falar para ser ouvido no governo de Lula.

    Como a oração subordinada adjetiva está no fim da frase, substituímos a vírgula por ponto final.

    quinta-feira, 26 de abril de 2007

    Orações subordinadas adjetivas

    Os líderes partidários da Câmara decidiram hoje não trabalhar mais às segundas-feiras em Brasília. Em reunião com o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), os líderes avaliaram que as sessões às segundas-feiras não são produtivas e que é melhor suspender as votações na Casa nestes dias, quando os deputados poderão continuar nos seus Estados.

    "Todos os líderes têm sido pressionados pelos parlamentares que nos seus estados têm demandas por audiências às segundas-feiras. Ao invés de uma sessão na segunda-feira à noite, teremos na terça-feira pela manhã", afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ).

    Não iremos, aqui, discutir a decisão de os deputados trabalharem ou não em Brasília, às segundas-feiras. A nossa discussão será gramatical; mais especificamente sintática.

    Pergunto-lhe, caro leitor, em relação ao trecho "Todos os líderes têm sido pressionados pelos parlamentares que nos seus estados têm demandas por audiências às segundas-feiras", quais parlamentares pressionaram os líderes? Todos? Ou somente alguns? A resposta está clara no texto. Descobriu onde ela se encontra? Vamos à teoria, então:

    O período apresentado possui duas orações:

    “Todos os líderes têm sido pressionados por parlamentares”;
    “Os parlamentares têm demandas por audiências às segundas-feiras, nos seus estados”.

    Poderíamos unir as orações de diversas maneiras. Há uma, porém, que, além de evitar a repetição de um substantivo (parlamentares, nas orações apresentadas), une as duas orações em um período só, evitando a formação de frases telegráficas – frases muito curtas: por meio de um pronome relativo.

    Há vários pronomes relativos: que, quem, qual, onde, quanto e cujo. Hoje, nos ateremos ao pronome “que”, que é considerado o pronome relativo universal, por poder ser usado em diversas situações. Ele pode evitar a repetição de qualquer substantivo, seja pessoa, seja coisa em geral. Ao substituir um substantivo, o pronome relativo deverá ser colocado imediatamente após este. Nas orações apresentadas, o substantivo substituído pelo pronome será “parlamentares”. A construção com o pronome relativo, então, terá a seguinte estrutura: “...parlamentares que...”. Agora é só unir o restante das orações: "Todos os líderes têm sido pressionados por parlamentares que nos seus Estados têm demandas por audiências às segundas-feiras”. Pronto. Está montado o período.

    Os pronomes relativos iniciam uma oração subordinada adjetiva. Há dois tipos delas: a oração subordinada adjetiva restritiva e a oração subordinada adjetiva explicativa. Elas têm as seguintes diferenças:

    A oração subordinada adjetiva restritiva não é isolada por vírgulas e indica que somente alguns dos elementos representados pelo substantivo têm relação com o verbo da oração.

    A oração subordinada adjetiva explicativa é sempre isolada por vírgulas e indica que todos os elementos representados pelo substantivo têm relação com o verbo da oração.

    Muito bem. A frase apresentada é iniciada pelo pronome relativo “que”; a oração subordinada adjetiva é restritiva uma vez que não está isolada por vírgulas. O significado da frase é, portanto, o seguinte: Os líderes têm sido pressionados por alguns parlamentares, e não por todos.

    Caso quiséssemos indicar que todos os parlamentares têm pressionado os líderes, deveríamos colocar vírgula antes do pronome relativo “que”: "Todos os líderes têm sido pressionados por parlamentares, que nos seus Estados têm demandas por audiências às segundas-feiras”. Somente assim indicaríamos que todos os parlamentares pressionaram os líderes.

    Veja outros exemplos:

    (Fuvest) “Os homens que têm seu preço são fáceis de corromper.” = Somente os homens que têm seu preço são fáceis de corromper, os outros não.
    “Os homens, que têm seu preço, são fáceis de corromper”. Todos os homens têm seu preço. Todos eles são fáceis de corromper.

    “Os meninos que estavam no pátio jogaram pedras na vidraça da escola”. Somente os meninos que estavam no pátio jogaram pedras na vidraça; os outros, ou seja, aqueles que não estavam no pátio, não jogaram.
    “Os meninos, que estavam no pátio, jogaram pedras na vidraça da escola”. Todos os meninos estavam no pátio. Todos eles jogaram pedras. Não havia meninos em outro lugar, a não ser no pátio.