domingo, 24 de abril de 2011

A literatura na Baixa Idade Média

Na Baixa Idade Média (século XII a XV), o Sistema Feudal se implanta como organização propícia a garantir a integridade das regiões europeias pressionadas pelas invasões bárbaras. Frente a um poder real simbólico e a uma sociedade estamental, a Igreja permanece como a mais poderosa instituição da Europa, aquela que, num mundo teocêntrico, centraliza as manifestações culturais e políticas da época. Teocentrismo significa Deus no centro de todas as coisas.

É o momento da Escolástica – filosofia que consiste em se pensar as grandes questões que definiam o papel de Deus como princípio organizador de tudo. São Tomás de Aquino, um dos pensadores mais notórios daquela época, busca, por meio da reflexão, chegar às verdades profundas das escrituras bíblicas.

Embora a maioria da população não dominasse a linguagem escrita, as reuniões para ouvir histórias e as músicas passadas de geração para geração apresentavam-se como os primeiros textos literários caracterizadamente portugueses. Ainda que a Língua Portuguesa não tivesse tomado feições mais próximas do que conhecemos hoje, o galaico-português ou galego-português ou português arcaico foi a língua em que apareceram as primeiras produções com características literárias: as novelas de cavalaria e as cantigas.

As novelas de cavalaria, textos de origem francesa e inglesa, surgiram da transformação em prosa de longos poemas de guerra. Geralmente são reconhecidos três grandes ciclos do gênero: o ciclo bretão (ou arturiano), que tem como protagonista o Rei Artur e seus cavaleiros; o ciclo carolíngio, sobre Carlos Magno e os doze pares de França; e o ciclo clássico, novelas de temas greco-latinos.

Milhares de cantigas estão registradas em três cancioneiros: o Cancioneiro da Ajuda, composto no reinado de Afonso III, o Cancioneiro da Biblioteca Nacional, que contém 1647 cantigas, e o Cancioneiro da Vaticana, encontrado na Biblioteca do Vaticano, com 1205 cantigas.

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