Há uma particularidade com o verbo "parecer", quanto à concordância: Se, à sua frente, surgir outro verbo no infinitivo - terminado em -ar, -er, -ir -, e o sujeito estiver no plural, há duas possibilidades de concordância:
1) "Parecer" no plural e o infinitivo não flexionado:
- Vinte e quatro horas parecem ser uma eternidade.
Aqui há uma locução verbal - parece ser; assim sendo, o verbo auxiliar - parecer - tem de concordar com o sujeito, e o principal - ser - ficar não flexionado, como ocorre com todas as locuções verbais.
2) "Parecer" no singular e o infinitivo flexionado:
- Vinte e quatro horas parece serem uma eternidade.
Aqui há duas orações:
..."parece"...
... "vinte e quatro horas serem uma eternidade".
Essa frase equivale a esta:
- Parece que vinte e quatro horas são uma eternidade.
Houve a retirada da conjunção integrante "que" e a mudança do verbo "ser" para o infinitivo. A concordância, porém, se mantém. Poderia ser escrita assim a frase:
- Parece vinte e quatro horas serem uma eternidade.
- Parece serem vinte e quatro horas uma eternidade.
Outros exemplos:
- Os vereadores parecem querer aumento de salário.
- Parece que os vereadores querem aumento de salário.
- Parece os vereadores quererem aumento de salário.
- Os vereadores parece quererem aumento de salário.
3 comentários:
Estas locuções verbais são bastante problemáticas, ainda mais quando se trata de identificar o sujeito quando a frase não está na ordem direta SVC, tal como na frase "Parece ser ela a pessoa indicada".
Já ouvi dizer que, quando o infinitivo pode ser transformado numa oração, não constitui com o verbo anterior uma locução verbal. Então, na oração "O aluno parece ser inteligente" não há locução verbal, pois podemos reescrever: O aluno parece que é inteligente.
Como escrevi na postagem, há duas possibilidades sintáticas com o verbo "parecer" seguido de infinitivo.
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