Em 1517, o sacerdote alemão Martinho Lutero protestou contra a doutrina
da Igreja Católica e propôs uma reforma no catolicismo, provocando uma
revolução religiosa na Europa denominada de Reforma Protestante.
A Igreja Católica respondeu com a Contrarreforma, iniciada no Concílio
de Trento (1545 a 1563), o mais longo concílio ecumênico da história e o
que emitiu o maior número de decretos dogmáticos, até hoje vigentes,
como os sacramentos, o pecado original, o ritual da missa, o celibato
clerical e o culto aos santos.
Estabeleceu-se a divisão da cristandade entre protestantes e católicos.
Nos Estados protestantes, o Renascimento continuou a se desenvolver; nos
católicos, reprimiu-se toda manifestação contrária à Igreja Católica
(Tribunal da Inquisição)
O homem da época tentava conciliar os valores humanos despertados pelo
Renascimento com as ideias de submissão perante Deus e a Igreja:
Antropocentrismo x Teocentrismo.
Essas contradições resultaram um movimento artístico que expressava as
atitudes também contraditórias do homem diante do mundo, da vida, dos
sentimentos e de si mesmo. A esse movimento chamou-se Barroco.
O homem se vê entre o divino e o humano, o carnal e o espiritual, o
pecado e a salvação, o bem e o mal, por isso nas poesias barrocas há
muitas antíteses, paradoxos e interrogações.
Temas frequentes na Literatura Barroca:
- Fugacidade da vida e instabilidade das coisas;
- Morte, expressão máxima da efemeridade das coisas;
- Concepção do tempo como agente da morte e da dissolução das coisas;
- Castigo, como decorrência do pecado;
- Arrependimento;
- Narração de cenas trágicas;
- Erotismo;
- Misticismo;
- Apego à religião.
- Cultismo: caracteriza-se pelo uso de linguagem rebuscada, culta,
extravagante, repleta de jogos de palavras e do emprego de figuras, como
metáforas e hipérboles. É influênciado pelo poeta espanhol Quevedo, por
isso também é chamado de Quevedismo.
- Conceptismo: ocorre principalmente na prosa; é marcado pelo jogo de
ideias, de conceitos, seguindo uma raciocínio lógico, racionalista, que
utiliza uma retórica aprimorada. A organização das frases obedece a uma
ordem rigorosa, com o intuito de convencer e ensinar. É influenciado
pelo poeta espanhol Gôngora, por isso é também chamado de Gongorismo.
O Barroco no Brasil
No final do séc. XVI, os jesuítas usavam o estilo conceptista para
catequizar os colonos. A partir do séc. XVII, expandiu-se, especialmente
na Bahia, por meio das igrejas, cuja função era ensinar o caminho da
religiosidade e da moral.
A primeira obra considerada barroca, no Brasil, foi Prosopopeia, de
Bento Teixeira.
Os principais autores brasileiros são Gregório de Matos
Guerra (cultismo) e Padre Antônio Vieira (conceptismo).
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