terça-feira, 24 de maio de 2011

A Literatura na Idade Média

Causas da decadência do Trovadorismo

O Trovadorismo é o nome dado ao período literário de 1189 (ou 1198), quando Paio Soares de Taveirós escreveu “Cantiga da Ribeirinha” até 1434, quando Fernão Lopes foi nomeado cronista-mor da Torre do Tombo e quando se iniciou o Humanismo. A literatura daquela época era composta de cantigas, que deixaram de ser produzidas nos anos quatrocentos.

*Torre do Tombo: Arquivo central de Portugal. “Tombo” significa “tombamento”, do verbo “tombar”, cujo significado é “fazer registros de livros, de bens...”

As causas da decadência do Trovadorismo são as seguintes:

1- Extinção do lirismo na Corte:
Em 1366, D. Pedro I, rei de Portugal, tirou os artistas da corte.

2- Aburguesamento de Portugal:
A arte trovadoresca era palaciana, e as cidades começaram a evoluir, causando a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia mercantilista.

3- Evolução da Língua Portuguesa:
A língua usada nas poesias trovadorescas era o galaico-português, que deixou de ser falado em Portugal.

Trovadorismo
Feudalismo
Subsistência feudal
Literatura trovadoresca
Teocentrismo

Humanismo
Ascensão da burguesia
Início das atividades comerciais
Retomada da cultura clássica
Antropocentrismo


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Causas da decadência de Feudalismo:

1- A Peste Negra:
Em Portugal, em 1348, mais de um terço da população faleceu em virtude da Peste Negra.

2- A Guerra dos cem anos – de 1345 a 1450:
Guerra entre França e Inglaterra. Portugal participou dela também.

3- Escassez de mão de obra e mudança nas relações sociais.

4- Disputas internas na Igreja Católica:
Chegou a haver dois papas simultaneamente.

5- A Revolução de Avis.

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A Revolução de Avis (de 1383 a 1385)

Marco cronológico da transição do Feudalismo ao mercantilismo e à ascensão dos ideais burgueses.
Com a morte de D. Fernando há um choque entre a nobreza decadente e a burguesia antifeudal ascendente. D. João, Mestre de Avis, apoiado pelo burguesia mercantilista, assume o poder. Disso resulta a expansão marítima portuguesa, vencendo o medo do “mar tenebroso”.
D. João, Mestre de Avis, se transforma em D. João I, rei de Portugal. Como ele fora apoiado pela burguesia mercantilista, esta passa a ter privilégios e se torna a nobreza de Portugal. A antiga nobreza e tudo que se refere a ela entram em decadência, inclusive a arte que praticavam como as cantigas do Trovadorismo. Com a ascensão da burguesia ao poder, novo modo de pensar foi instituído e, com ele, novas artes surgiram, como as poesias do Humanismo: vilancetes, cantigas, trovas e esparsas.

Mar tenebroso: Lenda que descreve o oceano habitado por monstros e mergulhado em escuridão permanente, onde todos os navios naufragam.

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Humanismo:

Período literário de 1434 a 1537, quando Sá de Miranda retornou da Itália com ideias renascentistas.

Produção literária do Humanismo:
Fernão Lopes:
- Crônica del`Rei D. Pedro I
- Crônica del`Rei D. Fernando
- Crônica del`Rei D. João I

Sua obra não era regiocêntrica (o rei no centro), chegando a criticar os reis, mas sim retrata a sociedade em transformação.
A poesia palaciana:
Também chamada de “poesia quatrocentista”, por ser realizada nos anos de 1400, tinha um estilo mais pobre que a poesia trovadoresca. A nova nobreza não era tão requintada quanto a nobreza do trovadorismo.
Cancioneiro Geral: compilação da produção poética humanista. Publicada em 1516, com mais de 1000 poesias de 286 poetas, organizado por Garcia de Resende.
Os temas da poesia humanista são parecidos com os da trovadoresca, principalmente com as cantigas de amor, porém mais mundanos. Há mais sensualidade, e a mulher é mais acessível.

Poesias do Humanismo:

Vilancete: Com mote de 2 ou 3 versos; 1 ou 2 estrofes; redondilha menor;
Cantiga: Com mote de 4 ou 5 versos; 1 estrofe de 8 a 10 versos; redondilha maior;
Trova: Com mote livre; 2 ou mais estrofes; redondilha menor ou maior;
Esparsa: Sem mote; 1 estrofe de 8 a 16 versos; redondilha menor ou maior.

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