sábado, 8 de novembro de 2008

Alguns usos da vírgula:

Entre o sujeito e o verbo, entre o verbo e seu complemento (OD, OI, PS) e entre o complemento e o primeiro adjunto adverbial não se usa vírgula. Por exemplo, observe a frase:

- O governo monta um ostensivo esquema de segurança nas ruas de Paris.

Nessa frase não pode haver vírgula alguma, pois ocorre a seguinte análise sintática:

Sujeito simples: o governo;
Verbo transitivo direto: monta (Quem monta, monta algo)
Objeto direto: um ostensivo esquema de segurança
Adjunto adverbial de lugar: nas ruas de Paris.

Se um segundo adjunto adverbial se juntar ao primeiro, ocorrerá a união de elementos coordenados, o que exige uma vírgula. Por exemplo, acrescentemos à oração um adjunto adverbial de finalidade:

- O governo monta um ostensivo esquema de segurança nas ruas de Paris, tentando conter os ânimos.

A vírgula é obrigatória porque está entre dois elementos com a mesma função sintática: ambos são adjuntos adverbiais.

Ocorre, porém, que o segundo adjunto adverbial é uma oração, o que o faz mudar de nome para oração subordinada adverbial.

Se o adjunto adverbial for colocado no início ou no meio da frase, a vírgula será facultativa. Por exemplo:

- Nas ruas de Paris o governo monta um ostensivo esquema de segurança.
- Nas ruas de Paris, o governo monta um ostensivo esquema de segurança.


As duas frases são igualmente adequadas. Como também em:

- O governo monta nas ruas de Paris um ostensivo esquema de segurança.
- O governo monta, nas ruas de Paris, um ostensivo esquema de segurança.


Já a oração subordinada adverbial no início ou no meio do período tem de ser isolada por vírgula, ou seja, a vírgula é obrigatória:

- Tentando conter os ânimos, o governo monta um ostensivo esquema de segurança.
- O governo, tentando conter os ânimos, monta um ostensivo esquema de segurança.
- O governo monta, tentando conter os ânimos, um ostensivo esquema de segurança.


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Há termos da oração que sempre são isolados por vírgula: objeto pleonástico (repetição de um mesmo complemento), aposto explicativo e vocativo. Neste estudo, citarei apenas um exemplo de aposto explicativo.

- Nas ruas de Paris, palco das manifestações da juventude francesa, o governo, tentando conter os ânimos, monta um ostensivo esquema de segurança.
- O governo, tentando conter os ânimos, monta um ostensivo esquema de segurança nas ruas de Paris, palco das manifestações da juventude francesa.
- O governo, tentando conter os ânimos, monta nas ruas de Paris, palco das manifestações da juventude francesa, um ostensivo esquema de segurança.

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