Nos anos de 1500, não havia
uma literatura brasileira, pois os habitantes não tinham a cultura da escrita. Os
que aqui viviam eram os indígenas, que não sabiam ler nem escrever. Os textos
que foram produzidos naquela época, eram de dois tipos: os dos viajantes, que
relatavam tudo o que viam sobre a terra e os seus habitantes, denominados de
Literatura Informativa ou Literatura dos Viajantes, e os dos jesuítas, cuja
intenção era a de catequizar os gentios, denominados de Literatura Jesuítica.
A produção literária no Brasil, no século XVI, portanto, era restrita às literaturas de
viagens e jesuíticas de caráter religioso.
A obra literária jesuítica,
relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas, raramente assumiam um caráter apenas artístico. O
nome mais destacado é o do padre José de Anchieta.
Esse período também
é conhecido como Quinhentismo, nome ligado a um referencial
cronológico — as manifestações literárias no Brasil tiveram início em 1500,
época da colonização portuguesa — e não a um referencial estético.
As produções literárias deste
período constituem um painel da vida dos anos iniciais do Brasil colônia,
retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova terra.
As produções literárias neste
período,
portanto, não se
prendem à literatura portuguesa nem aos valores da cultura greco-latina.
O primeiro documento
histórico sobre nossa terra foi a “Carta de Achamento do Brasil”, escrita por
Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, D. Manuel, onde retrata o primeiro
contato dos portugueses com os índios, que desconheciam
hierarquia ou categoria social lusitanas, por isso, quando subiram ao navio português,
ignoraram o capitão, que se posicionou perante eles como o líder português.
A comunicação entre os dois
grupos não ocorreu sem problemas, pois uns não falavam a língua dos outros. Comunicavam-se
por meio de sinais, e os portugueses, mostrando objetos e animais aos índios, o
que despertou muito interesse a estes. Um deles pegou umas contas de rosário e “folgou
muito com elas”, o que significa que se divertiu muito com elas.
Pero Vaz de Caminha contou que os
índios andavam nus sem o menor constrangimento, inclusive deitando-se no chão sem se
preocuparem em esconder suas vergonhas.
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