Infeliz
aquele que não procura desenvolver-se culturalmente. A ordem do dia é procurar
o crescimento intelectual, a fim de que não se fique estagnado no tempo e não
seja deixado para trás pelos mais "inteligentes". Aprender a própria
língua é uma obrigação de todos. Não se deve desprezar o nosso idioma. Eu anseio por que o dia em que todos valorizem a
língua chegue. É isso mesmo: Eu
anseio, e não eu ansio.
Os verbos mediar, intermediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar têm as pessoas eu, tu, ele e eles no presente do indicativo (Todos os dias...) e no presente do subjuntivo (Espero que...) escritas com um e antes do i: Todos os dias eu anseio, tu anseias, ele anseia eles anseiam; Espero que eu anseie, que tu anseies, que ele anseie, que eles anseiem. Os outros verbos também: eu intermedeio, eu medeio, eu remedeio, eu incendeio, eu odeio...
As pessoas nós e vós desses dois tempos e todas as pessoas de todos os outros tempos não têm esse e: Todos os dias nós ansiamos, vós ansiais; ontem eu ansiei, ele ansiou, eles ansiaram.
Os demais verbos terminados em “-iar” têm a sua conjugação regular, com as mesmas desinências de todos os verbos terminados em “-ar”. Vejamos, como exemplo, o verbo assobiar: eu assobio, ele assobia, que nós assobiemos, eles assobiaram, etc.
Há,
porém, um grupo novo de verbos terminados em “-iar” com a conjugação diferente da dos demais. O Acordo
Ortográfico registra que alguns verbos terminados em “-iar” derivados de substantivos paroxítonos (aqueles com tonicidade
na penúltima sílaba) terminados em “-ia”
ou em “-io” têm duas possibilidades
de escrita nas pessoas eu, tu,
ele e eles no presente do indicativo
e no presente do subjuntivo. O Acordo exemplifica a regra com dois verbos: “premiar”, derivado de “prêmio”, e “negociar”, derivado de “negócio”.
Eles podem ser conjugados das seguintes maneiras: eu negocio, tu negocias, ele
negocia e eles negociam ou eu negoceio, tu negoceias, ele negoceia e eles
negoceiam; eu premio, tu premias, ele premia e eles premiam ou eu premeio, tu
premeias, ele premeia e eles premeiam; que eu negocie, tu negocies, ele negocie
e eles negociem ou que eu negoceie, tu negoceies, ele negoceie e eles
negoceiem; que eu premie, tu premies, ele premie e eles premiem ou que premeie,
tu premeies, ele premeie e eles premeiem. Estranhíssimas formas, não é mesmo? O
pior é que o texto do Acordo registra “alguns verbos” e exemplifica apenas com
esses dois. E os outros, quais são? Não há registro algum. Imagine o verbo “copiar”, derivado de “cópia” sendo conjugado “eu copeio, eles
copeiam...”. Sinceramente, não dá!
Há
ainda os verbos terminados em “-ear”,
que recebem um “i” após o “e” naquelas mesmas pessoas: eu, tu, ele
e eles do presente do indicativo e do presente do subjuntivo. Por exemplo, o
verbo “cear”: eu ceio, tu ceias, ele
ceia e eles ceiam; que eu ceie, tu ceies, ele ceie e eles ceiem. As pessoas nós
e vós desses dois tempos e todas as demais de todos os outros tempos não têm o
“i”: nós ceamos, vós ceais; que nós
ceemos, vós ceeis; ontem eu ceei; ele ceava.
No
vestibular da UEL, certa feita foi cobrado dos alunos o verbo “enfear” com a seguinte frase: “Se a
realidade nos parece pouco bela, não a tornemos
mais feia”, na qual a expressão “tornemos mais feia” tinha de ser substituída
pelo verbo “enfear”. Então, caro leitor, sabe completar a frase com esse verbo?
O adequado é o seguinte: “Se a realidade nos parece pouco bela, não a enfeemos mais!”
2 comentários:
Professor, excelente artigo! Houve um ato-falho no finalzinho: a vírgula saiu grafada na posição errada.
Abraço e obrigado!
Cesar
Cesar Cruz, obrigado pelo alerta. Já coloquei a vírgula no local adequado.
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