O Arcadismo
- apresentou o procedimento que se caracterizava por imitar modelos gregos e latinos.
- utilizou padrões artísticos do Renascimento e da Antiguidade Clássica.
- procurou a naturalidade racional, através da simplicidade estilística e da clareza das ideias.
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Liras de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga:
"Que havemos de esperar, Marília bela?
Que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde já vêm frias;
E pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! Não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça.
A
obra de Gonzaga é exemplar do Arcadismo. O tema dos versos acima é o
"carpe diem" (gozar a vida presente), escrito numa linguagem amena, sem
arroubos, própria do Arcadismo. O poeta sugere que seu tempo é curto,
por isso devem aproveitar a vida e transformar os dias em algo mais
feliz.
Despojada de ousadias sintáticas e vocabulares, a
linguagem arcádica, no poema de Gonzaga, diferencia-se da linguagem
rebuscada, usada pelo Barroco.
A obra Marília de Dirceu
é dividida em duas partes: a primeira discorre sobre a iniciação
amorosa, o namoro, a felicidade do amante, os sonhos de uma família, a
defesa da tradição e da propriedade, sempre numa postura patriarcal; a
segunda, escrita durante os sofrimentos provocados pela cadeia,
mostra-nos uma série de reflexões que abordam desde a justiça dos homens
até os caminhos do destino e a eterna consolação no amor que sente por
Marília.
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Os poetas árcades colocavam-se como pastores para realizarem, dessa
forma, o ideal de uma vida simples em contato com a natureza. Demonstram
expressão de sentimentos universais e não individuais e utilizam
vocabulário simples.
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Versos de Cláudio Manuel da Costa
"Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes."
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O
Arcadismo brasileiro apresentou a incorporação do elemento indígena por
meio de dois poemas épicos: O Uraguai, de Basílio da Gama, e Caramuru,
de Santa Rita Durão.
O poema épico O Uraguai tem dois
objetivos básicos: a defesa e a exaltação da política do Marquês de
Pombal e a crítica virulenta aos jesuítas, seus antigos mestres.
Versos de O Uraguai:
"Em lugar delicioso e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva e nas mimosas flores"
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Autores e obras importantes do Arcadismo:
Tomás Antônio Gonzaga: Marília de Dirceu; Cartas Chilenas.
Cláudio
Manoel da Costa: Obras; Vila Rica (poesia épica, na qual exalta os
bandeirantes, fundadores de inúmeras cidades na região mineradora).
José Basílio da Gama: O Uraguai. (poesia épica árcade dedicada ao tema indianista)
Frei José de Santa Rita Durão: O Caramuru (poesia épica árcade com resgate de fatos históricos desde o descobrimento do Brasil).
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