quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Estímulo à leitura


Muita cobrança e pouco exemplo. Essa é a constatação do professor Dílson Catarino quando o assunto é estimular a leitura no público jovem. E essa falta de exemplos não vem só da parte dos pais, infelizmente os educadores também estão deixando de lado a missão de fomentar no jovem o prazer pela leitura. ''Na minha época, também não tive bons exemplos que me estimulassem a ler. A falta de leitura não é um problema sazonal; é uma crise cultural brasileira'', avalia o educador, que atua na área de ensino da língua portuguesa e literatura do Sistema Maxi de Ensino.

Para ampliar esse debate, amanhã ele profere a palestra ''A arte de educar jovens leitores'' para 100 professores integrantes do Programa Folha Cidadania, da Folha de Londrina. No evento ele também irá distribuir gratuitamente exemplares do seu último lançamento - ''O Caçador de Sabedoria/Ler - uma aventura edificante'' -, um dos três títulos da Coleção Afeto e Limites publicadas pelo Sistema Maxi.

Citada no livro, aliás, uma pesquisa da Folha de São Paulo complementa o cenário pouco animador dos leitores do Brasil: 25% dos docentes não costumam ler; 34% lêem eventualmente e 41% lêem ao menos um livro por mês. Em outras palavras, um entre quatro professores brasileiros não tem o hábito de ler. Mais a frente, a publicação aponta pesquisa do IBGE que atesta que o índice de leitura média do brasileiro é de 1,6 livro por ano, enquanto na Colômbia é de 2,4; nos Estados Unidos e França, 7 - ainda distante da média de 20 livros/ano da Finlândia.

Em suas palestras, Dílson Catarino procura auxiliar professores e pais na tentativa de estimular os jovens a lerem mais. ''E não tem como fugir da importância de dar o próprio exemplo. Tanto os pais quanto os professores precisam ler mais para, como educadores, intervirem no gosto do jovem pela leitura, que não deve ser obrigatória.''

E, na opinião do professor, a falta de tempo, o preço dos livros e as más condições das bibliotecas públicas não devem ser argumentos que justifiquem o não cultivo do hábito da leitura. ''Em comunidades carentes, as pessoas podem se mobilizar para organizar campanhas de arrecadação de livro no bairro ou condomínio onde moram e se habituarem a comprar livros nos sebos'', argumentou.

Acostumado a sempre partilhar nos últimos cinco minutos de aula trechos de algum livro que esteja lendo, Catarino acredita que essa seja uma forma criativa de estimular a curiosidade dos seus alunos. O educador também destaca a importância da vontade de fazer a diferença no processo educacional, considerando qualquer adulto que conviva com uma criança um educador em potencial.


Ana Paula Nascimento
Jornalista da Folha de Londrina
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Artigo publicado na Folha de Londrina de 03/08/2008
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3 comentários:

ensaiodepalavras disse...

professor,
Qual a forma correta de separar um número de conta corrente? com um ponto ou com um traço?

Dílson Catarino disse...

Cláudia,
Essa é uma questão bancária, e não gramatical. É de praxe os bancos separarem o número da conta corrente do dígito por meio de um traço: 3902-2, mas, repito, não é uma questão gramatical.

Ginurse disse...

Eu sempre tive bons exemplos, a imagem que tenho do meu pai era sempre lendo um livro, para ficar mais próxima dele eu lia também e depois discutíamos sobre as histórias. Na escola eu tinha uma aula só de contos...rsrsrs
Hoje tenho um filhote de 3 anos que dorme abraçado com um livro, espero que continue assim, mas sinto que a maioria das pessoas não gostem tanto de ler. Eu amo e confesso que adorei descobrir seu site.
Beijos